sábado, 23 de maio de 2020

Quase 2000 dias depois

Nem sei quanto tempo eu tenho pra escrever tudo aqui, mas fico feliz/envergonhada de poder ler de novo o que acontecia comigo há 5 anos. Depois do ultimo post, voltei pra Manaus, revi a minha familia - agora em outra conjuntura, conheci a outra pessoa que a minha mãe podia ser, vi minha avó adoecer e ir embora, logo após a chegada do Mirko no Brasil. Adotamos um cachorrinho, crescemos, nos casamos e vivemos o que pudemos, como pudemos.

Sofremos, rimos, estudamos, trabalhamos e demos tchau pra Manaus no fim de 2018. Por um acaso do destino, conseguimos vir parar na cidade ( ou quase) que queríamos morar. Moramos hoje em Jacareí, SP.

Em 2019 pudemos ganhar mais dinheiro, comprar nossos próprios moveis. Aprendi a ser médica e a fazer novas amizades em um lugar estranho. Aprendemos a amar por aqui e o povo daqui. Viajamos muito, muito. Fomos pra Bolívia e pra todas as regiões do Brasil. Amazonas, Rio Grande do Norte, Brasilia ( pela milésima vez), Florianópolis, Rio Grande do Sul, Minas Gerais.. e foi tudo bom demais. 

Fechamos 2019 com a maior de nossas viagens. Fomos pra Alemanha ( é, amamos Munique mas gostamos demais de ter gente por perto pra conseguir morar lá),  pra Croácia - que merece um post só pra ela e Portugal, onde reencontramos Tia Mara, mamãe, Dale, Jeannie e Houstin. Foi bagunçado mas bom demais - apesar de eu saber que nunca mais junto tanta gente diferente numa viagem só!

2020 veio com novos planos, menos viagens, menos shows e muito medo. O Coronavírus diminuiu as visitas aqui em casa e isolou todos que nós amamos em suas próprias casas. Eu, por sinal, continuo saindo de casa todo dia pra trabalhar -  o que me lembra que infelizmente não estou tao desesperada com o fim dessa situação, já agora consigo ao menos ir no banheiro entre uma consulta e outra.
Estou, desde o dia 19 de Janeiro, estudando pro USMLE (pela 3a vez,diga-se de passagem), mas dessa vez tá dando certo. Eu espero.

Planejamos voltar pros EUA pra que o Mirko possa fazer o Mestrado em administração hospitalar, morar com o Dale por um tempo, até que eu possa conseguir uma vaga de residencia, me mude e depois espere o Mirko onde quer que eu esteja.
Como boa pessimista, tudo ainda me parece extremamente turvo e improvável, mas tudo pro Mirko é tão claro que talvez eu tenha só que segui-lo.

Por enquanto é isso. Uma vida de adulto que eu nunca pensei que fosse tão confortável.
Agora tenho que voltar a estudar. ps: continuo achando Nefrologia difícil demais.

proximos posts: 1 sobre o Mirko e 1 sobre a viagem pra Croacia



quinta-feira, 21 de maio de 2015

Mrk e Chica!

         Acho que tanto tem acontecido na minha vida ultimamente que não sinto mais a necessidade de escrever meus sentimentos tristes pra me fazer tetar entende-los.
Mas acho que ainda devo pra Ana de 15 anos no futuro reportar como tô me sentindo nesse exato momento.
           Estou nesse momento com a maior dor nas costas de estar sentada nesse banco meio desconfortável do trem da Amtrak. Mas, puts, pegar esse trem sempre significa ir pro meu lugar favorito nesses Estados Unidos. CHICAGO. A cidade que tem tudo que eu desejo pra Manaus.
Meu coração porém tem um pesar grande dessa vez por estar indo pra minha cidade querida. É estranho, mas realmente sinto que uma parte de mim ficou com o Mrk. em Cdle. Nunca pensei que iria gostar de alguém assim. Na verdade, já pensei sim - acho que nunca amar e ser amada de volta sempre foi meu maior medo na vida - mas nunca, nunca imaginei que tudo isso fosse acontecer tão cedo na minha vida.
           Um relacionamento é trabalho, uma vez a Jeannie me disse, e , sinceramente, ela não poderia ter sido mais feliz na frase. É uma verdade incotestável e achar que uma relaçao se resolve sozinha é uma mentira em que não vale a pena apostar. Tenho aprendido com o Mrk mais do que ele imagina, ele me ensinou a me amar - apesar de eu ainda nao saber o que ele está fazendo comigo até agora. Ele sempre foi o cara dos meus sonhos desde a primeira vez que eu o vi no refeitório da faculdade.

           E veja só, Ana do futuro, não sei aonde isso tudo vai dar mas ele está indo morar na sua cidade. Vai reconstruir a vida dele pela terceira vez em um lugar em que nunca nem pisou. Não é possivel que você não signifique MUITO pra ele...e lhe digo com toda certeza: ele te ama sim. E tudo isso é por sua conta.

         E ah, caso você tenha esquecido. Lembre que tudo o que você passou nessa cidadezinha nos confins de Illinois foi muito mais do que você esperava. Você viu na Sanmya uma parceira pra vida, percebeu quanto seus amigos tão distantes ainda são os que estão, no fim, mais perto do seu coracão, percebe que pode muito mais do que imaginava e o mundo não vai acabar se você não tiver seus pais por perto - apesar de que nos momentos em que você precisa de um empurrãozinho numa mini-crise depressiva ninguém tem mais paciencia do que eles,você conheceu gente como a Jeannie e o Dale que mostram que existem pessoas de coração bom e caridoso em todos os cantos do mundo e a gratidão à Deus deve ser hábito nas nossas vidas. Você aprendeu que é mais bonita do que imaginava e, veja só, você está com o maior peso que já teve na vida e  assim está com o homem mais bonito de toda a sua vida.

     Quanto aos seus momentos juntos, te digo que agora é difícil escrever qualquer coisa sobre esse assuno sem chorar na frente de todo mundo aqui no trem. Mas vamos lá: lembre-se sempre da primeira semana e o quanto sempre pareceu que vocês se conheciam há muito tempo. Lembre o quanto você o admira como pessoa, o caráter, o quanto ele te ouve e principalmente como é maduro e independente. Ele tem te ensinado demais mesmo, sobre o mundo e sobre você mesma.

    Por último, tenho que falar sobre algo MUITO importante na sua vida - e que, se Deus quiser, algum dia nao terá um papel tão grande no seu dia-a-dia : seu peso. É verdade, você realmente engordou nos Estados Unidos ( por uma série de motivos) e agora espero que longe desses fatores fique mais fácil emagrecer.

     Dessa vez, só você ( e o Mrk) vão saber dessa dieta. Chega de se sabotar sem motivo, de ter uma época especial pra se planejar pra emagrecer e imaginar que a minha felicidade só chegará quando tiver 10 quilos a menos. Espero que isso seja menos forçado do que eu imagino e que não seja tão difícil atingir meu objetivo. Tenho 3 meses pela frente e bastante energia pra gastar nesse processo, ainda que eu ache que nem imagine o quanto de força de vontade é necessária pra se comprometer 100% com uma dieta dessas. Não entendo o porquê sou tão obssessiva quanto o assunto é comida.
Por fim, aqui vai uma lista de razões/dicas pra resistir às tentaçoes e perserverar na busca pelos -10kg:

1) Cada snack ENGORDA.'
2) Agua, agua e mais agua - meu rim agradece.
3) Biquíni, Sério - você nunca usou um e se sentiu bem, Está na hora.
4) Quanto mais velha, mais difícil fica.
5) Sinceramente? Olhe pro Mrk e pense nas meninas em Manaus.
6) Todas as gordices sao prazeres TEMPORARIOS
7) Se sentir bem no proprio corpo é prazer que dura baastaante.
8) Você deve isso pra si mesma.
9) Voce nao merece mais ser a pobre coitada pra si mesma e pra todo mundo que vê você sofrendo com isso.
10) NO BINGE EATING. PELO AMOR DE DEUS.




Mais notícias em Chica!

:)

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

"I'm going to the grocery store. Want something?'

         Mais uma vez, eu já deveria estar dormindo. Mas preciso escrever pra mim mesma... pra eu me deixar desprevenida, não avisada.
         Cansei mais uma vez. Mais uma vez apostei demais e muito rapidamente. Decidi hoje que vou esperar o inevitável virar a esquina e me mostrar essa cara conhecida com que eu já me acostumei. Sinto que aprendi a achar um jeito de sentar confortavelmente na sala de espera depois de achar que meu nome foi chamado pra consulta várias e várias vezes.

          O inevitável é perceber que essa espera dói e quanto mais eu quero e preciso levantar, mais a vida me manda voltar a sentar. Ainda não sei se algum dia eu vou conseguir de fato começar qualquer relacionamento acreditando de verdade que ele pode realmente vir a dar certo. Parece-me sempre tão, tão provável desde o momento em que eu chego dos meus "primeiros encontros" que mesmo que tudo tenha sido perfeito e que eu posso muito bem ter acabado de ter saído com o futuro pai dos meus filhos, eu vou dar o jeito de afastá-lo de mim. É uma espécie de certeza que me alivia de um jeito cruel.
     
          Tento a cada minuto que passa - e que me aproxima mais uma vez do futuro inconveniente - internalizar o conselho da Sanms, da minha mãe e dos meus amigos em Manaus : me divertir, curtir o momento. Tenho tentado repetir baixinho pra mim mesma que a experiência por si só já é válida e que sou eu quem mereço mais, sou eu quem tive sorte de ele me deixar ao léu enquanto sabia que me tinha na mão. Todos eles sempre sabem, meu medo de ser distante me faz riscar na parede o quanto eu já estou mesmo entregue e o quanto estendo a cara pra levar um tapa que eles nem podiam me dar.

           Queria acreditar mais que chances como essa aparecerão muitas vezes na minha vida, que eles em primeiro lugar não começaram a gostar de uma farsa, que eu sou mais do que uma menina engraçada de um jeito sarcástico com bom gosto pra música. Que eu não sou a menina que mal olha pra baixo enquanto toma banho ou que foge de espelho sempre que dá.
Não. Tenho que confiar que quem perde é o homem de corpo perfeito, barba loira feita, cabelo bem cortado e lindo, olhos azuis, que me fazia rir de qualquer situação, que era espontâneo, que tinha um ótimo gosto pra música, que era aventureiro e que sabia como fisicamente satisfazer e provocar.
É, 3 linhas foram o suficiente pra escrever sem escrever o quanto eu me sinto inferior nisso tudo.

           Quanto à minha vida aqui, comecei a acreditar que muito provavelmente a minha melhor oportunidade de ter algo razoável aqui foi embora com o Nolan. Depois de ver uma palestra simples mas muito informativa sobre como a maioria de nós insiste em negar as evidências, recusar ajuda e fazer o possível pra forçar uma compatibilidade inexistente, percebi que me acostumei a viver de relacionamentos com potenciais inventados que vêm junto com um convite pra tomar um belo pé-na-bunda.
          Começo a acreditar que conhecer durante uma semana - sim, só uma mesmo - o Nolan me serviu pra entender as verdadeiras características e atitude de um homem ( e não um garoto) interessado em mim. Nunca tinha experienciado isso e era sempre um choque receber um SMS com "I'm going to the grocery store. Want something?". "Puts" é  o meu melhor comentário pra essa pergunta.
              Ele sempre soube que eu provavelmente nunca seria cara de pau o suficiente pra pedir que ele comprasse algo pra mim, mas eu devo dizer o quanto achei inteligente e carinhoso da parte dele fazer isso. É um jeito simples e ao mesmo tempo profundo de não se importar com parecer besta ou solícito demais, É se importar com a pessoa e não com o passo-a-passo que todo mundo tem que performar depois de um ou dois encontros.

                Bom, a uma hora dessas o Nolan nem mais aqui nessa cidade está e eu só posso agradecê-lo genuinamente por restaurar a minha confiança nos homens. Foi importante conhecê-lo assim que eu cheguei aqui, ele me preparou pras bombas que viriam a seguir.
             
                 Tenho um parâmetro bem bobo e que sempre uso como exemplos nas minhas infinitas explicações pras minhas amigas do "Por quê não deu certo dessa vez", e é : a situação do incêndio."Ele tentaria me salvar primeiro caso o quarto pegasse fogo? Ou ele correria primeiro pra fora, só me chamando?" . É, mais uma vez o Travis não passou nessa.
               
                 Algum dia eu vou ter que deixar de lado essa história de "enquadra ou não se enquadra". Ninguém foi feito pro meu bel prazer, ninguém nasceu numa forma feita pra mim. Algum dia, quem sabe.. por enquanto continuo marcando com uma caneta os boxs em que os homens que passam pela minha vida cumprem ou não , mesmo sabendo que se algum deles fizer isso, eu não passaria em vários também.

                  Por enquanto acho mais fácil continuar jogando meu joguinho sórdido e maldoso. Continuar com medo de avançar demais por nunca saber se estou sendo chata, entediante

Damien Rice - Then Go

"I get the feeling you're bored with me
 But not through habit or frequency"

              Mas com medo, acima de tudo, de abraçar o vento, de correr de encontro a um braço estendido com uma mão espalmada. E o mais estranho é não saber como eu realmente me sinto em relação a essa posição, se isso é um lugar insuportável ou confortável pra mim. Preciso conhecer o meio-termo pra isso tudo, isso tem que existir.
              Por ora, vou continuar me enganando que tô curtindo isso da melhor maneira possível e aproveitando o que isso tem de bom pra dar. Vou continuar escondendo dos meus amigos que espero no fundo que isso talvez ainda dê em algum lugar e, principalmente, que se não der - como acho que vai acontecer - vai ser só um dia como qualquer outro.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Colour Me In, por favor.

         Pra começo de história, como diria a minha mãe, tenho, mais do que nunca, me sentido vivendo numa realidade tão distante da minha que sinto que nada é de verdade e que da noite pro dia vou acordar de novo na minha cama no Brasil.

          De volta à minha vida parada e insatisfeita em Manaus, indo pra aula sem vontade, assistindo aulas ruins, me sentindo menos do que posso ser, sem namorado, com amigos muito próximos, com medo de encontrar fulano e ciclano naqueles mesmos lugares de sempre e onde eu encontro sempre o mesmo tipo de gente. Cansada de não saber bem pra onde ir, mas sabendo que eu não posso ficar parada.

         Tudo o que tenho vivido aqui tem sido além do que eu poderia esperar. Sou o melhor de mim aqui. Sou uma estudante como era nos primeiros períodos da faculdade, tiro notas muito boas por conta do esforço na hora de estudar, saio pra lugares bons e cheios de pessoas interessantes que eu não conheço e, além de tudo, aqui eu me sinto muito, muito atraente.

          Não só pela quantidade de homens muito interessantes e bonitos com quem já tive contato "afetivo" mas também porque aqui percebi de vez que é verdade essa história de que o Brasil produz as mulheres mais bonitas do mundo.

         O medo de não saber o que fazer com tudo isso é o que tem me machucado. Como um arrependimento prévio, uma música que já começa "fading away" ou um abraço que já começa com um empurrão, tenho interpretado tudo aqui de um jeito muito, muito intenso e o desespero de pensar que isso tudo daqui a pouquíssimo tempo vai acabar me destrói a cada dia que anoitece nessa cidade.
Esses têm sido, de uma maneira dispersa, meus principais pensamentos em relação ao intercambio em si e a minha estada aqui.

        Quanto ao meu coração: esse é um perdedor conformado e um eterno iludido. Não sei ao certo o quanto dele é masoquista e parece gostar de ser pouco retribuído, metade amado, meio gostado , mas sei que consegui chegar à conclusão ( um pouco overdramatic, admito) que até hoje só gostei de verdade de quem nunca chegou a gostar de mim.
André e Renan não me deixam mentir...eles dois foram capazes de humilhações tristes pra me provar que chegaram a me amar mesmo com tudo o que eu deixei de fazer por eles, mesmo com todas - tantas - partes de mim de que eu não gosto.

          Eles gostaram mais de mim do que eu jamais gostei de mim mesma : e eu os paguei afastando-os assim que pude.
 Não. Não seria justo dizer que eu só "os afastei". Meu atual cantor favorito, Damien Rice, me corrige em "The Greatest Bastard" com : "Letting go is not the same as pushing someone else away".
Realmente não é a mesma coisa. Tenho que dizer que fiz de tudo pra "push them away".

          A conclusão triste é não se arrepender de fato de nada, o triste é saber que isso talvez nunca mude e que eu provavelmente vou continuar caindo, vendo meu joelho sangrando , voltar a correr e nunca entender se é mais seguro sentar ou não.

         Uns minutos antes de dormir e quando ando sozinha aqui pela faculdade penso longe nos (rarissimos) casais que conheço e que parecem dar certo. "Eles são lindos juntos. Vão casar com certeza". Nunca, nunca me vi numa situação dessas; nunca ninguém veio me dizer isso.
Em seguida me vem a certeza de que sim, eu já estive lá. Mas sempre sozinha, sempre me imaginando numa realidade que nunca existiu pros dois lados.

              Tenho tentado me dissociar dos meus atuais sentimentos pelas pessoas que já passaram, amorosamente falando, pela minha vida, e assim tentar enxergar isso tudo como alguém de fora - alguém que consegue enxergar o quão preconceituosa, mesquinha, insegura e psycho eu sou nos meus relacionamentos. Ou, quem sabe, alguém que enxergue as porções boas que eu tento dar de mim quando conheço alguém.

            Obviamente que isso tem sido impossível, Já criei muito bem (mal) a parte de mim que me faz deitar de novo quando começo a me levantar; talvez isso nunca tenha jeito, Sinto como se precisasse de alguém pra me provar que eu valho algo, alguém que persistisse pelas minhas tempestades de insegurança e que se esforçasse pra me provar que eu sou digna do amor que ele quer me dar. No entanto, lendo rápido as frases que saíram tão facilmente aqui, percebo que essa pessoa não existe. E se existir algum dia pra mim, eu o acharia sem auto-estima, sem confiança, babão e grudento.

          O bom demais nunca foi bom o suficiente pra mim, a minha vida sempre precisou de algo a mais - começo a acreditar que me tratar de qualquer jeito me deixa conectada a alguém porque essa pessoa faz comigo o que eu própria tento performar todos os dias da minha vida. Esses garotos só confirmam pra mim tudo o que eu sinto em relação a quem eu sou : vira uma especie de empatia cruel, uma conexão falha, mas segura.

          Talvez - muito talvez - eu tenha medo de que algum dia eu dê certo com alguém. É tão seguro levar a vida só machucando a si mesma, Dói tão menos machucar alguém do que não ver nenhuma mensagem no celular no dia seguinte, dói tão menos levar um "tá. ok. não, tudo." do que apertar o botão "enviar" pra qualquer uma dessas respostas monossilabicas.

No fim, me vejo exatamente como a minha psicóloga uma vez me disse : "Uma garota que não quer assumir que cresceu". É tão quentinho e calmo ser criança.


Amanhã tento escrever sobre o que tenho passado -  amorosamente falando, como sempre.



E aqui uma das milhares de músicas do Damien Rice que têm embalado meus estudos, minha caminhadas, meus banhos e meus devaneios:

Colour Me In

I tried to repress it
Then I carried its crown
I reached out to undress it

And love let me down

Love let me down

So I tried to erase it
But the ink bled right through
Almost drove myself crazy
When these words led to you
And all these useless dreams of living alone
Like a dogless bone…

So come let me love you
Come let me love you
And then colour me in
Well I tried to control it
And cover it up
I reached out to console it
It was never enough
Never enough
So I tried to forget it 
That was all part of the show 
Told myself I'd regret it
But what do I know?
About all these useless dreams of living alone
Like a dogless bone

So come let me love you
Come let me love you
And then colour me in

Come, let me love you
Come, let me take this through the end
Of all these useless dreams of living
In all these useless dreams
All these useless dreams of living
In all these old noes

Come let me love you
Come let me love you
Come let me love you
Come let me



https://www.youtube.com/watch?v=Qow-4suLBPo




segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Um diário sem cabeça (lho)

Eu to realmente morrendo de sono. Mas sinto que tenho que escrever algo sobre isso.
Esse blog vai acabar virando um diário aleatório sobre as minhas inseguranças, mas acho que não há problema nisso.
Ok, quando e como saber. Essa é a questão. Como saber se você está levando um leve fora? Como saber se ele presta? Como saber se isso vale a pena? Como saber se você não está pensando demais em tudo? Como saber se ele não tem medo de parecer doido? Como saber se você não falou besteira demais? Como saber.

No momento atual, eu verdadeiramente não sei. Começo as minhas conclusões, começo a andar nos meus pensamentos e logo em seguida dou dois passos pra trás. Será que eu já estou hipersensível a esse tipo de situação? 

Será que o meu medo ou a minha empolgação são os fatores que afastam esses homens de mim? Como pode um sentimento de poder tão grande me invadir logo depois desses dates e um dia depois eu me sentir ao léu, uma adolescente sem graça e sem experiência que fica mal por não receber um boa noite.
Como sempre, eu acho que peço demais da vida. Sempre espero um parâmetro certo, um protótipo criado pela natureza que me satisfaça em todos os sentidos. A educação e carreira do Nolan, exterior todo do Nathan  e o humor do Travis. 

Até onde mesmo eu esperava que esses encontros me levariam?
Não sei se é azar ou predestinação eu atrair quem me quer e depois perder o interesse. Mesmo quem parece não estar a fim de jogar joguinho besta, me tem na mão e me faz entrar nessa besteira. Será que eu NUNCA vou encontrar alguém que seja direto e que aconteça de gostar de mim de volta?

 A minha falta de feminilidade, de sensualidade, de delicadeza deve ter alguma voz nisso tudo. Não sei mais o que deixar de gostar em mim pra dar razão a todos os meninos que decidem não investir em mim, não apostar pra ver no que vai dar. 

Não ligar  - de um jeito bem brega, só pra ouvir a voz, não falar de coisas corriqueiras da vida deles, não se importar de verdade. Se a falta de experiência sexual tiver muito a ver com isso, não vejo um jeito de eu conseguir melhorar esse quesito sem me arrepender do ato em si. Não tem como.


Argh, só sei que tenho estado bem descontente comigo mesma. Como sempre, com vontade de desistir rápido de tudo e de me enterrar em algum lugar onde mesmo o que eu fiz de bom fosse embora com os momentos em que eu acho que errei. Até quando vou ter a certeza de que não valho tão a pena assim? O que me falta de verdade?

Esperando a aula de alemão

09/10/2014


Em mais um desses ímpetos de escrever nem eu sei bem o quê, acho que chegou a hora de finalmente (depois de 3 meses) escrever algo sobre a minha vida nos EUA.
     
          Estou morando sozinha ( só com a minha roommate alguém que se revelou uma grande e valiosa amiga : Sanms).    
     Morar "sozinha" é bem mais fácil quando cozinham pra você, não se tem louça pra lavar, tem-se companheiro de quarto, não se tem preocupar com lavar banheiro, no fim das contas, como empregada não vou crescer quase nada aqui, no entanto, o aprendizado humano desses últimos meses tem sido tão grande que eu não sei nem por onde começar.
               Valorizar meus amigos, minha família e todo que já aprendeu a me aguentar do jeito que eu sou se tornou um sentimento muito vívido no meu dia aqui. A falta que a minha mãe faz em cada momento besta que me deixa triste aqui também tem me feito crescer - assim como ela tem crescido em Manaus. Parece até que gente precisava se separar pra se amar ainda mais.

               Também comecei a perceber como meu pai é uma das pessoas mais bacanas que eu conheço e com toda certeza um dos melhores pais que eu conheço; percebo que a maior parte de mim da qual eu me orgulho herdei dele ou da mamãe. Seu Claudio é realmente um em milhão e eu sinto que nunca valorizei isso de verdade.

               No mais, tenho sentido uma falta moderada - e mais marcada por momentos isolados -  do resto do pessoal.Queria de verdade poder ajudar mais a Gaby durante essa fase pós- Marlon . É difícil não se sentir a grande culpada numa situação como a dela. Eu tento tentado aconselhá-la a fazer o que eu mesma não conseguiria fazer. Espero que ela entenda que isso não era pra ser e que ela consegue alguém melhor.

               Voltando pra vida aqui, os meus estudos estão bem melhor  do que eu imaginava. Sim, sinto muita falta das clínicas mas pagar matérias básicas me fez perceber que eu não deveria seguir adiante para o 8o período. Mas sinto que estava vivendo uma mentira, achando que aprendia estudando por slide e por transcrição de aula. Eu realmente tinha perdido a vontade de estudar que eu costumava ter no começo da faculdade. Ter tempo pra viver E estudar é essencial e eu nunca percebi o quanto essa premissa é realmente verdade.

               Percebi também que mais do que aulas melhores, do tipo de cobrança ser melhor, os alunos não são mais inteligentes do que nós, brasileiros, mas eles são - diferente de nós - obrigados a serem mais aplicados. Não existe matéria moleza de verdade e eu nunca vi uma turma vazia - mesmo em aulas onde o professor não faz chamada. Eles simplesmente não acham certo o que a gente acha normal. Estamos errados.
Eles aqui são extremamente educados com qualquer pessoa, apesar de distantes. Tenho aprendido isso também.
               Finalmente chegando ao tópico "amor, paixão ". ou qualquer coisa do tipo, meu melhor seria : UAU. Não um "UAU" de "Nossa, que fantástico"... mas que isso tudo têm sido mais do que eu esperava é verdade. Minha vida amorosa tem sido mais intensa aqui nesses últimos 3 meses do que nos últimos 3 anos em Manaus.
                Não sinto da falta da falta de educação, da safadeza depravada, da falta de cavalheirismo e da prepotência dos garotos brasileiros. O fato de ter muita mulher bonita ( e/ou muito arrumada) do Brasil faz com que eles ajam de um jeito insuportável . E é justamente ver a situação contrária aqui que tem me deixado mais feliz. Infelizmente eu não posso esperar conhecer aqui, me apaixonar e casar. Eu sei - ou acho que sei - que vou embora uma hora, mas mesmo assim tenho aproveitado o máximo que eu posso.
               Os americanos, no fim das contas, provavelmente devem querem o mesmo que os brasileiros ou que qualquer homem do mundo, mas pelos menos a maioria deles guardam as suas intenções pros fins das contas. Os que eu conheci foram realmente muito, muito educados, coisa que você não espera encontrar em encontros casuais no Brasil. A propósito, uma pausa para: a quantidade de homem lindo que tem aqui é inacreditável. Não tem escapatória - pra qualquer canto se olha se vê homens dignos de propaganda de relógio, perfume masculino ou o que for! É muito raro ver algum com quem eu não aceitaria ficar. Nunca pensei que falaria isso, mas é realmente inevitável.

Esse primeiro texto ficou totalmente disconforme e sem nenhuma edição ortográfica ou estética.
O próximo talvez - muito talvez - será melhor.